09 agosto, 2012

Teste: Hyundai HB20



O Novo Hyundai HB20 prova que um carro de entrada pode ter recursos visuais e de acabamento interno despojados, bonitos e modernos. O seu desenho, assim como os recentes lançamentos da marca, é bem trabalhado e agrada bastante ao vivo, fato que por si só já é um diferencial em relação aos concorrentes.

Bem diferente da ditadura de cores imposta pela CAOA, a Hyundai Brasil oferecerá opções muito interessantes, fazendo parte do catálogo cores como azul, verde, vermelho, branco, vinho, prata e preto. Para o modelo 1.0, as rodas de 14 polegadas calçadas com pneus 175/70 enquanto as versões 1.6 já contam com rodas de 15 polegadas e pneus 185/60.

A Hyundai Brasil não divulgou as especificações técnicas oficias, mas a versão de entrada chegará equipada com o motor 1.0 Flex de 3 cilindros e 12 válvulas, ou seja, o mesmo do Novo Picanto. Tomando-o como parâmetro, podemos esperar os mesmo dados, ou seja, 80 cavalos de potência e 10,2 kgfm de torque a 4.500 rpm quando abastecido com etanol. Já o motor 1.6 Flex DOHC de 16 válvulas é provavelmente o mesmo utilizando no Kia Sul, o que garantirá valores em torno de 130 cavalos de potência e 16,5 kgfm de torque também a 4.500 rpm.

 
Associado ao motor 1.0 estará uma caixa de câmbio manual de cinco marchas de engates curtos e precisos. Para o motor 1.6, além desta caixa manual, a Hyundai também oferecerá um câmbio automático de quatro marchas. Mesmo a opção automática ser de apenas quatro velocidades, já será um diferencial frente aos dois principais concorrentes (Gol e Palio) que oferecem apenas versões automatizadas.

Dirigindo o Novo Hyundai HB20

Depois de conhecê-lo ao vivo, a Hyundai nos levou para o que interessa: dirigir. As unidades disponíveis para test-drive ainda estavam camufladas (as que ilustram a o post), o que impediu de obter uma sensação mais precisa sobre o nível de ruído.

Para o test-drive a Hyundai colocou à disposição as três versões que serão comercializadas: HB20 1.0 manual, HB20 1.6 manual e HB20 1.6 automático.

Ao entrar no carro, o primeiro olhar da cabine já agrada: desenho moderno sem exageros, excelente quadro de instrumentos com computador de bordo ao centro de muito boa leitura, o volante é mais simples do que os irmãos maiores, mas mesmo assim exibe um desenho bonito e boa pegada. Pelo menos nas versões testadas, as quais a marca fez questões de destacar que podem não necessariamente corresponder às versões finais, estavam presentes os controles de som no volante, ar-condicionado manual além de sistema de som com entradas USB e auxiliar no console.


 
Todos os modelos estavam equipados com vidros elétricos nas quatro portas com função one-touch para o motorista. Aqui vai uma das poucas críticas de ergonomia do modelo: os puxadores das portas estão em uma posição um pouco mais recuada, assim como os quatro botões dos vidros elétricos, o que exige um tensionamento do braço para seu acionamento. Os bancos possuem regulagem do enconsto através de alavanca, mas o sistema de regulagem de altura do assento é feito por meio de uma roldana e altera somente a sua inclinação. Questionada, a engenharia disse que o assento “aumenta” a altura em cerca de 12 cm na parte dianteira e de 7 cm na traseira.

Para ajudar a encontrar a posição mais confortável para dirigir o volante também conta com ajuste de altura e profundidade e os retrovisores acionamento elétrico. A visibilidade dianteira é muito boa, sendo que a coluna A foi bem dimensionada e não atrapalha a visão lateral. No etanto, o vidro traseiro tem dimensões reduzidas, o que prejudica um pouco a visão do motorista. Talvez por isso algumas unidades estavam equipadas com sensores de estacionamento.


 
A primeira versão que testamos foi o HB20 1.6 manual. Logo na saída para a pista de teste foi possível notar boa disposição do motor com uma arrancada vigorosa. O câmbio manual, como dissemos anteriormente, tem engates precisos e percurso curto, o que torna a dirigibilidade mais agradável. A direção é hidráulica e tem peso satisfatório, mas lembrando do Nissan March, seria muito mais interessante se fosse com assistência elétrica. Na primeira volta, atingimos cerca de 160 km/h na reta e logo em seguida testamos os freios ABS, o qual cumpriu a sua função com eficácia, sem tirar o carro de sua trajetória. A estabilidade também chamou a atenção ao segurar bem, e sem rangir de pneus, ao entrar em uma curva de 180 graus em velocidade mais elevada. O ajuste da suspensão é próximo ao do Gol, mas ligeiramente mais macia.

Em seguida foi a vez de testar a versão 1.6 equipada com câmbio automático. Nada muda em seu visual ou interior, obviamente com exceção da alavanca de câmbio. Por falar em alavanca, ela possui o mesmo esquema de engates do i30, ou seja, posições de encaixes diferentes para cada marcha (o que muitos consideram interessante por evitar possíveis enganos nas de posições sequenciais). Como esperado, por ter quatro marchas, as relacões são mais longas e tornam as saídas do HB20 um pouco mais lentas, porém, desenvolve bem após ganhar velocidade. As trocas podem ser notadas de forma suave, mas muito longe da sensação de um automatizado.

Por último, testamos o HB20 equipado com motor 1.0 de três cilindros. Ao girar a chave, nada de trepidação, algo temido dos motores de três cilindros. Ao acelerar, o ronco do motor é bem mais agudo e mais áspero, mas demonstra ser suficiente para empurrar o HB20. Como esperado, as retomadas são mais lentas, mas estão dentro dos padrões dos carros deste segmento.

Para os que desconfiavam de que os três cilindros não dariam conta, o motor prova ser eficiente para cumprir esta tarefa entregando mais potência que os concorrentes de 4 cilindros e, muito provavelmente, dados de consumo bem mais interessantes.

No geral, o Hyundai HB20 transmite a sensação de ser um carro de construção sólida, com bom acabamento, visual muito atrativo e conjunto mecânico moderno. Com início de vendas previsto para outubro, o Hyundai HB20 já nos mostrou que tem qualidades suficientes, mesmo sendo novato, para ser uma opção à altura dos atuais líderes do mercado. Preço inflacionado? Para não deixar isto acontecer a Hyundai Motor Brasil aposta numa estratégia de vendas em rede própria e exclusiva, sem a participação da CAOA. Líder do segmento? Talvez pela capacidade de produção e rede de distribuição ainda não, mas pelo que demonstrou, será uma das melhores opções disponíveis. Vale a pena esperar? Quem pode esperar, seria uma opção muito interessante.

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